sexta-feira, 8 de março de 2013

A batalha de Tempranillos

Meus Caros Leitores,

 

Para estrear o ESPírito Vinho, selecionei um email que envie para o extinto programa "Minuto do Vinho" da CBN Vitória em 2012, onde falo sobre minha despojada experiência com vinhos espanhois "Toro Loco" e "Mirador de la Sierra".

 
Por Márcio Kill








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Vamos à “Batalha de Tempranillos”. É bom que se diga que meus conhecimentos do mundo dos vinho são limitados. Talvez eu seja, no máximo, um eno curioso! Diante disso, busquei antecipadamente informações nas fichas técnicas dos dois vinhos e tentei identifica-las na apreciação cega.
Servidas as taças, sem que eu pudesse ver, a primeira era de um vermelho brilhante. Enquanto a segunda, apresentava uma coloração mais fechada, cor de lajota molhada. No nariz, aquela se mostrou tímida, enquanto esta apresentou toda sua madeira e “algo mais”; talvez compota ou frutas em calda. Não tive dúvida: Toro Loco e Mirador, respectivamente. Acertei!

Imaginei, então, que a competição seria injusta e que o Toro perderia por knock out. Assim, optei por preservar o crianza e me dediquei a tentar explorar melhor o Toro. Ele até melhorou um pouco. A minha impressão é que o tão famoso Toro Loco é um vinho “desencanado”, descompromissado. Cor viva, seu giro faz surgir pernas (lágrimas) finas e numerosas, nariz tímido, final curto com uma mensagem clara: beba sem cerimônia!
O Mirador, que eu já conhecia, e do qual me limitei só a “matar” o restante da taça, mostrou-se “um senhor crianza” muito bem comportado. Tanto que já estou em processo de “adoção” de outras garrafas. E o Toro Loco não chegou a ser uma decepção. Longe disso. Mas me faz pensar que ele é muito mais o resultado de um profundo trabalho de marketing* fomentado principalmente por nós, enocuriosos e amantes do vinho, do que um achado da enologia espanhola.

De qualquer forma, a “batalha dos tempranillos”, que nem chegou a ser travada de fato, não teve vítimas. Os vencedores, na verdade, foram minha esposa e eu que tivemos a satisfação de compartilharmos algumas taças sob um céu absolutamente estrelado na noite de sábado, em Domingos Martins. Quero, em breve, ter novas experiências com outros vinhos, outras uvas e ir aprendendo um pouco mais em cada uma delas.

Espero poder ter contribuído um pouco com este programa do qual tanto gosto.

Saudações enológicas!!!
*P.S. Fiquem à vontade para omitir este P.S. no ar, mas ao pensar na complexidade que deve ser o marketing por trás do Toro Loco, lembrei que esse marketing poderia também trabalhar a favor dos nossos (bons) vinhos brasileiros. Não sei se irão concordar comigo, mas penso que temos um marketing enológico tímido em relação ao mercado potencial que temos. De qualquer forma, não resisti à tentação de fazer uma piadinha usando os nomes do Toro Loco e da Miolo, uma das maiores vinícolas do Brasil: O Toro é Loco por falta de Miolo!!!

5 comentários:

  1. Bem, após ler este texto, nada mais me resta a fazer... a não ser testar "às claras" essa batalha imperdível... seu texto é bom, mas imagino que os vinhos devam ser melhores ainda... continue escrevendo que eu vou continuar lendo.
    Um abraço,
    Cilene De Santis

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  2. Prezada Cilene,

    Obrigado pelo retorno e pelas palavras carinhosas! Como eu disse, em batalha de vinhos há somente ganhadores!

    Um abraço e um brinde!

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  3. Ok, pode contar comigo, e gostei do visual!

    Cilene

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  4. Olá, gostei muito do texto e principalmente da parte que diz que tudo foi provado com seu amor em baixo de um céu estrelado. Eu tenho minha sogra em Uruguaiana pertinho da Argentina, toda vez que vou lá eu dou uma atravessada pra Passo de Los Libres e vou no que acho mais legal, pequenas adegas que vendem vinhos e queijos como mercearias.Lá tudo parece meio década de 80 ainda...com a desvalorização da moeda local o Peso argentino que esta em 0,40 centavos do Real da pra se fazer um estoque bem generoso de vinhos argentinos média de R$7,00 a R$ 13,00 reais a garrafa que custam aqui R$ 22,00 a R$30,00 reais. Degustação de Vinho é um ritual, não pelo fato de se fazer as "preliminares" mas sim porque é um momento de profunda apreciação da vida, um momento onde se para oque esta fazendo, se abre aquela garrafa com aquela rolha avermelhada onde da minha parte adoro cheirar e dar uma lambida hehe, depois aquela taça onde o vinho escorre e a saliva já trabalhando e o paladar recuperado da memória. Então eu sento pra pensar na vida, ver um filme ou ver o céu estrelado numa noite fria como o amigo fez, mas se a nega véia estiver do lado a noite fica completa...

    Me deixe a par de suas experiências!
    Vou dar uma procurada nos vinhos em que comentou acima, fiquei curioso!

    Grande abraço!

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  5. Olá!
    Obrigado pelo retorno. Vc disse tudo: "um momento de profunda apreciação da vida"...
    Seja bem vindo ao ESPirito Vinho. Em breve, com novidades!

    Saudações enológicas!

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