Oi, pessoal,
Escolas de samba e trios elétricos "pocando" lá fora (essa só Capixaba entende) e aqui no ESPírito Vinho a trilha sonora é ao som do sax de Jim Tomlinson, enquanto escrevo sobre mais um vinho que ainda não provei. E que tal "harmonizar" esta belíssima composição de Luiz Bonfá com meu noveau texto?!
(lembre de abrir o link em nova aba/janela pra não sair do blog!)
Por Márcio Kill
Por Márcio Kill
13 de Fevereiro de 2013,
quarta feira de cinzas, “quase” ainda manhã de carnaval. Recentemente, conclui
um texto com “insistir nessa saudade que
eu sinto de tudo que ainda não vi” - trecho da letra de “Índios”, do Legião
Urbana. Na ocasião, eu ousei com o improvável que poderia ser escrever sobre um
vinho que nem havia degustado. O retorno positivo que tive de meus queridos três
leitores serve de incentivo para eu insistir nessa sandice de escrever sobre
vinhos que não provei. E o que poderia ser mais improvável que um Beaujolais noveau em plena “quase” ainda
manhã de carnaval?
Beaujolais é uma região do
interior da França cuja uva de referência é a Gamay. O Beaujolais noveau é justamente o vinho que é servido para celebrar
o final da temporada de colheita e vinificação e o consequente nascimento de
uma nova safra. Sem estágio em madeira, assim que a fermentação termina, ele é
engarrafado e servido. Sendo um produto “que acabou de ficar pronto”, não se
espera dele a presença e o potencial de longevidade de vários de seus
compatriotas mais renomados. Dizem que chega a ser um vinho bem ruinzinho, até com
aroma de banana!
Poderia parecer um paradoxo
que a França produza um vinho com características tão peculiares e até
depreciativas. Mas quando pensamos em como a história do vinho está ligada a da
França e vice versa, e na relação de intimidade que os franceses têm com a
bebida, fica mais fácil entender o que realmente é um Beaujolais noveau: um vinho
com sabor de missão cumprida! Um peso que sai de nossas costas ao final de
um trabalho árduo como deve ser uma época de colheita e vinificação e assim
como deve ser a preparação para um carnaval nos barracões espalhados pelo
Brasil, especialmente no Rio de Janeiro e no meu estado, o Espírito Santo.
Digo “deve ser”, uma vez que
estou me especializando em devaneios sobre experiências que (ainda) não vivi, como
se insistisse “nessa saudade que eu sinto
de tudo que ainda não vi”..., tanto o Beaujolais
noveau quanto o carnaval ilustram bem dois desses casos. Como estamos bem
no inicio da contagem de mais um ano até o próximo carnaval, espero neste tempo
poder beber um Beaujolais noveau, não
só pelo prazer da degustação, mas pela tão desejada sensação de dever cumprido.
Neste ano novo que se inicia no Brasil pós-carnaval, que todos tenhamos a
oportunidade de “mostrar serviço” e desfrutar dos resultados de um trabalho bem
feito, com muitas taças de Beaujolais
ou simplesmente com um sorriso nos lábios e com um beijo da mulher amada!
Vinho com gosto de banana? De longe? Tá bem... eu gosto de vinho, de beber vinho, e da aura que o vinho produz... E olha que, modéstia à parte, desde o século passado! (Não sou velha, é que comecei cedo!!).
ResponderExcluirPois bem, mas vamos ao que interessa. Sempre fiquei receosa sobre o "ar" pesado que paira sobre os enólogos e os meros apreciadores de vinho! Mas agora vejo que uma degustação pode ser simples, E a paixão pelo vinho basta para se escrever sobre ele até sem prová-lo (o que é quase um sacrilégio!!!).
Enfim, continue escrevendo e de preferência degustando... eu aqui vou seguir alguns desses passos!
Um abraço,
Cilene De Santis